terça-feira, 8 de junho de 2010

O maldito trânsito...

Quem me conhece, sabe como me irrita uma infração de trânsito. Nào é pelo transtorno, perda de tempo, nada disso. A razão é que, pra mim, esse jeito "brasileiro" de dirigir, como se a rua fosse particular, como se não houvesse pedestres, como se o mundo orbitasse sobre as panças sedentárias é o reflexo da falta de educação (e não falo de cultura).
Quando voltei a morar em Rio Claro, no final do ano passado, achei que qualquer lugar seria melhor que a infernal Florianópolis (onde, ainda que digam o contrário, o trânsito é ridículo, cheio de pessoas mal educadas e preconceituosas). Eu estava errado. Rio Claro, e quem sabe o Brasil, transforma-se rapidamente em uma terra de pessoas individualistas. Ninguém se importa com ninguém.
Para quem não conhece, Rio Claro é uma cidade nova, com menos de 200 anos, planejada, com cruzamentos perpendiculares e praticamente plana. Mas a cidadezinha de 200.000 habitantes, mais ou menos, não tem um trânsito tranquilo. Muito pelo contrário. É quase impossível andar 1 quadra (e elas tem cerca de 100 metros) sem ver uma infração de trânsito. A fiscalização da Guarda Municipal é ridícula. As infrações acontecem debaixo dos narizes e os agentes fingem não ver.
E os motoristas não cometem essas barbaridades apenas no centro, onde a disputa por vagas é mais tensa. Carros sobre as calçadas pela cidade toda. Carros estacionados em local proibido. Portas abertas nas calçadas. Faixas de pedestre? Praticamente não existem. Hoje eu fotografei esse motorista aqui:



Como posso querer que os outros motoristas respeitem a lei se o agente responsável por fiscalizar essa lei, a ignora, na cara dura. Eu teria vergonha de vestir a farda.
Se os agentes não tivessem "rabo preso" a Guarda Municipal deveria rebocar a viatura da Polícia Rodoviária. A humilhação de ter o carro oficial rebocado por infração de trânsito seria muito útil para a "formação" dos agentes.

2 comentários:

  1. Pior que as infrações, são as desculpas.
    Vergonha alheia sem tamanho.
    Sempre estão com pressa, com o filho doente, com o pai na forca... nesse caso da foto, sei lá, deviam estar fazendo uma mega apreensão de drogas, talvez.
    Não tem outra desculpa, né?
    Fico aqui, imaginando o carro da puliça rebocado porque parou na calçada. O foda é que eles não iam sentir vergonha, iam contar em tom de piada, quiçá filmar com o celular a colocar no youtube, ao som de um funkinho.
    Aiai, Brasil...

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  2. Aqui, na esquina da Paulista com a Brigadeiro, que vive rodeada por viaturas policiais e da CET, a gente poderia achar que a coisa vai ser diferente - afinal, tratando-se do "cartão postal" de São Paulo, a Paulista é onde todo mundo faz esforço pra mostrar que segue as regras. Certo? Erraaaado. Dia sim, dia não, alguém é atropelado na faixa de pedestres porque um carro fez conversão proibida de uma avenida pra outra. E pum, lá se vai mais um desatento que achou que podia confiar no homenzinho verde piscante. Daí, quando você tá parada num trânsito de hora e meia com um nenezinho berrando de fome no banco de trás, vê que um carro de polícia de repente liga a sirene, se desaperta dos outros mortais, sai voando entre as faixas e quase atropela um transeunte "desatento" que atravessava na faixa, com o sinal verde pra ele. E o policial ainda buzina. O Beira-Mar escapou da cadeia? Não, meu caro, o puliça (amei, Fabi!) só se cansou de esperar no trânsito. Aí fico lembrando de andar a pé na Escócia e achar quase divertido o fato de todos os carros pararem imediatamente quando o pedestre põe o pé na rua, mesmo que seja no meio de uma avenida de alta velocidade sem faixas ou sinais. E eu achava divertido de tão acostumada que estou com a falta de civilidade. De fato, não é cultura. É falta de educação. E de vergonha na cara.

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